Cartilha

Capa Cartilha - três imagens lado a lado: 1 - adolescente monta cavalinho no namorado; 2 - casal adulto com testas enconstadas; 3 - casal idoso sorrindo 

A Cartilha da Agência Nova irá abordar três grandes etapas de nossa vida sexual.
A Adolescência, sempre relacionada à descoberta, ao novo, e ao aprendizado.
A fase Adulta, ligada ao cultivo, à maturação, e ao maior entendimento.
Por fim, a sexualidade na Terceira Idade, período em que devemos redescobrir, recriar, e por que não, continuar aprendendo.
A Cartilha será entregue ao público no dia da Estréia (18/12) de nosso documentário.
Um detalhe chamativo, é a sua capa com áreas de sensibilidade ao toque.

SEGUE ABAIXO O TEXTO COMPLETO DE NOSSA CARTILHA:
Cartilha – Fases da Sexualidade
Descobrir, Cultivar e Reinventar

Apresentação

Inúmeras manifestações da sexualidade humana, assim como as mais variadas formas de prazer, não vinculam o sexo à procriação, mas sim ao desejo.

Isentos de qualquer dogmatismos ou preconceitos, elaboramos esta cartilha para que você descubra seu íntimo, desvende tabus e liberte-se.

Partimos do pressuposto de Freud e transpomos o sexo para o instinto, implícito ao ser humano, através do sensorial, a junção de todos os sentidos.

A cartilha traz informações sobre a sexualidade. Da troca de olhares (instinto) à ação do corpo humano, em ação, no antes, durante e depois do sexo.
Prevenções, dicas de especialistas e cuidados, de acordo com cada fase da vida, aqui, divididas em três: adolescência, fase adulta e melhor idade.

A visão (olhar, observar a caça.). O olfato (liberar feromônios). A audição (grunir, cantar, falar). O tato (tocar, arrepiar, sentir). O paladar (trocar carícias orais)...

Bem-vindo ao mundo do prazer: Freud Explica

Sigmund Freud - pai da psicanálise, teoria psicológica que se ocupa dos processos mentais inconscientes e da teoria da estrutura e de funcionamento da mente humana - estudou o comportamento humano e concluiu que nós, seres humanos, somos movidos à libido, ou seja, agimos instintivamente pelos desejos. A sociedade vive a cultura da erotização (propagandas, novelas, filmes) que incitam a propagação do sexo. Falar de sexo é fundamental, mas é preciso falar com propriedades e com respeito.

Freud provou que a maior parte da consciência é inconsciente e que nela encontram-se as principais fontes de energias psíquicas: pulsões, a libido e a catexia.

A pulsão (o instinto) – pressão que dirige o organismo para determinados fins particulares-, incita à ação. Toda função de ação tem quatro componentes: uma fonte, uma finalidade, uma pressão e um objetivo.

No encontro com o objeto de satisfação, há, para Freud, uma diminuição da tensão, um estado de relaxamento, denominado “prazer”, que nada mais é que a libido, um dos componentes que também faz parte do sexo, que é ligado à mente.

Já a catexia é a detenção da libido, presa em qualquer parte da psique por algum motivo como, por exemplo, no luto - quando há desinteresses das ocupações normais e preocupações com o finado -, logo, retirada da libido.

Desde a infância sentimos desejos sexuais, pois o sexo está implícito no ser humano. Freud classifica, por exemplo, as fases destes desejos na criança: oral, anal, fálica, latência e genital.

De zero a um ano é a fase que a criança capta o maior período de estímulos e percepções, por isso a importância do contato materno (carinho, toque, olhar...). Nesta fase a criança sente prazer pela boca, o toque... além do paladar.... Por isso, ao ingerir o alimento materno, além de saciar a fome, ela sacia o desejo, ao tocar o seio da mãe.

Entre quatro e seis anos descobre o órgão sexual, a chamada latência, período que a criança começa a tocar os órgãos sexuais. Logo após este período vem o complexo de Édipo – quando o filho tem a mãe como objeto de desejo e passa a assemelhar-se ao pai, “competindo”, para “obter” a mãe – semelhante ocorre com as meninas.

Aos 11 anos vem a fase genital, a pré-adolescência, impulsos sexuais; o amor e o sexo começam a aflorar.

No início do século XX, Freud reformula a teoria do aparelho psíquico e introduz os três elementos básicos estruturais da psique: id, ego e superego, a tríade dos desejos humanos.


O id contém tudo que é herdado geneticamente, é a estrutura da personalidade original. Regido pelo princípio do prazer, tem a função de descarregar as tensões biológicas. São desejos e impulsos de origem genética. (Está explicado todo este desejo incontrolável?!).

O ego é o eu, a consciência subtraída ao desejo do id e à repressão do superego. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, a necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao id sem transgredir as exigências do superego. Controla os desejos insaciáveis do id e a severidade repressiva do superego. (Também está explicada toda a confusão mental?!)

Enquanto o superego - estrutura da personalidade - atua como um juiz, ou um censor, sobre as atividades e pensamentos do ego, depósito de códigos morais, modelos de conduta que inibem a personalidade... (Afinal alguém tem de controlar todo este desejo!)

Sexualmente, somos movidos a impulsos e “presos” ao nosso subconsciente.

Os impulsos – são estímulos que levam o individuo a determinada ação. São primários ou secundários, básicos e adquiridos. Os básicos são fome, sede, respiração, sexo. Já os secundários derivam do primário e são adquiridos como, por exemplo, o medo.

A consciência - auto-observação e formação de ideais - censura os impulsos, através de repressores como dogmas sociais e culturais do id, impedindo o ser de prazer pleno aos instintos e desejos...


Particularmente a repressão sexual manifesta-se como conjunto de moral, interdições e deveres, indiretamente. Desenvolve-se entre seis e sete anos na latência e início da puberdade graças à formação sociocultural do individuo, por isso o cérebro procura meios de refrear a liberdade sexual através de mecanismos de defesas. Mas aqui, o sexo deve ser visto na visão freudiniana...

Sinta o toque... (a cartilha contém linguagem braile), Arrepie-se com a voz... (também há material de áudio). Coma com os olhos...   E uma boa leitura!

CAPITULO 1
Adolescência: Fase de descobrir

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) considera-se adolescente a pessoa de 12 a 18 anos de idade.

 

Dados do Ministério da Saúde (2008) mostram que adolescentes e jovens de 10 a 24 anos representam 29% da população mundial, 80% em países em desenvolvimento. No Brasil, correspondem a 30,33% da população nacional (IBGE, 2007).

 

A Puberdade

 

A Puberdade é a passagem da criança para a vida adulta, momento em que ocorrem transformações físicas, emocionais e sociais. As mudanças do corpo de criança para o corpo de adulto vêm acompanhadas de responsabilidades, independência, autonomia, maturidade emocional e principalmente de conflitos. Essas alterações acontecem em função da explosão de hormônios, necessários para a transposição da fase infantil para a adulta.

 

A Puberdade das meninas

 

Um momento novo... Uma nova etapa da vida começa. O tempo de criança vai ficando para trás e a menina começa a entrar no mundo dos adultos.

 

A primeira alteração no corpo das meninas é o desenvolvimento dos seios. Em algumas, o crescimento pode ocorrer de forma não simultânea.

 

A primeira menstruação ocorrerá aproximadamente dois anos após o desenvolvimento dos seios. Durante este período muitas outras mudanças ocorrerão com o despertar hormonal. Desmistificando, as meninas não param de crescer com a menstruação, apenas diminuem a velocidade de crescimento.

 

A ação dos hormônios faz com que comecem a aparecer os “pelos sexuais”, estimula a produção das glândulas sebáceas - que aumentam a oleosidade da pele, surgindo os cravos e espinhas. Outra ação dos hormônios são os aparecimentos dos pelos das axilas e o aumento do suor. É importante lembrar que nesta fase a vaidade deve vir acompanhada de muitos cuidados com a higiene pessoal.

 

A Puberdade dos meninos

 

Nas meninas a primeira alteração é o desenvolvimento dos seios, já nos meninos o sinal do início da puberdade é o crescimento dos testículos e só mais tarde o crescimento do pênis, primeiro em comprimento e posteriormente em diâmetro.

 

 

A ação dos hormônios nos meninos é similar das meninas, com o aparecimento de espinhas devido ao aumento da oleosidade da pele, odor e suor mais fortes. O esqueleto fica maior e os músculos mais rígidos. É nesse período que os meninos podem ter sua primeira ejaculação.

 

Junto com o desenvolvimento dos órgãos sexuais, e o borbulhar dos hormônios, surge um fenômeno que afeta meninos e meninas: o apetite sexual, o interesse e o desejo pelo sexo oposto.

 

Nos meninos, o pênis parece ter vida própria: fica ereto até quando não querem e a prática da masturbação, além de prazerosa, é um aprendizado fundamental para a vida sexual.

 

A Masturbação dos meninos

 

A masturbação na adolescência faz parte do processo de conhecimento do corpo. Muitas dúvidas surgem com relação à frequência. Para alguns especialistas, a masturbação não pode prejudicar as atividades do dia a dia, principalmente no desempenho escolar.

 

O toque no pênis começa desde a infância. A frequência aumenta na adolescência, muitas vezes os meninos se utilizam de imagens reais, revistas masculinas, internet ou até mesmo televisão para aguçarem as ideias e estimularem a prática.

 

A Masturbação nas meninas

 

A masturbação nas meninas acontece quando existe o toque das mãos na vagina, região do clitóris.  Algumas jovens introduzem objetos na vagina para ter mais prazer, o cuidado com estes objetos é muito importante, pois dependendo do tamanho podem causar ferimentos e rompimento do hímen. È muito importante esta prática, pois elas podem descobrir de que forma sentem mais prazer e também se autoconhecem.  

 

Prevenção

 

Os jovens estão iniciando a vida sexual mais cedo e por isso estão mais propensos às doenças sexualmente transmissíveis como HPV, AIDS, Sífilis e outras.

Falar de prevenção é falar de sexo seguro, o uso de preservativos é um dos meios mais eficazes para se evitar, por exemplo, uma gravidez e a contaminação de algumas doenças como as DSTs.

É importante saber que algumas doenças não são evitadas somente com o uso da camisinha, conhecer bem o seu parceiro é uma das formas de prevenção. Durante um beijo, a saliva de uma pessoa contaminada com o vírus HIV, em contato com um ferimento da boca, já é o bastante para a transmissão da AIDS. Entre outras formas de transmissão, estão o sexo oral e contatos com sangue.

O sexo é uma forma carinhosa de dar e receber amor. Dessa forma, é importante que o jovem, antes de iniciar a vida sexual, converse com os pais, professores ou com uma pessoa efetivamente próxima para aconselhá-lo.

Fetiche na adolescência

Apesar de não existir nenhum estudo científico específico sobre o fetiche na adolescência, através de algumas pesquisas e entrevistas fica evidente que, se o ser humano é movido à libido - e todos os seus atos são impulsos sexuais -, segundo Freud, com os adolescentes, cujos hormônios estão em ebulição, à prática de alguns fetiches não seriam diferentes.

O uso de imagens eróticas de revistas, filmes e sites pornográficos para aguçar a imaginação e auxiliar na masturbação dos adolescentes é uma forma de fetiche, bem como o auxilio de objetos.

Podemos caracterizar algumas práticas adolescentes como o Voyeurismo, que é o ato de observar outras pessoas, às escondidas, nuas ou se relacionando sexualmente sem que elas saibam e sem estabelecer nenhuma ligação com estas pessoas. Há também o frotteurismo, muito feito entre adolescentes, que é o habito de tocar diferentes partes do corpo de outra pessoa (o famoso passar a mão) em qualquer lugar para, só depois, a sós , a prática da masturbação.

Capitulo 2
Maturidade: Fase de cultivar

Bem-vindo ao mundo dos adultos

O sonho de todo adolescente é completar 18 anos e poder voar, livre como um passarinho...  Mas o que não contaram para eles é que o mundo adulto é repleto de responsabilidades como aprimorar os estudos para um futuro melhor, trabalho, constituir família, saber lidar com o dinheiro e saber encontrar a felicidade... Responder pelos atos da vida adulta, já que agora você sofrerá punições cíveis. Afinal, a célebre desculpa “eu era adolescente” não funciona mais. Agora é arcar com as atitudes!

De acordo com o parágrafo 5º do Código Civil a menoridade cessa a partir dos 18 anos (com exceção de alguns países), quando a pessoa é considerada apta para a vida adulta e pode responder judicialmente por si só. O Estatuto da Criança e do Adolescente classifica como adolescente aquele entre 12 e 18 anos, com responsabilidades sexuais já a partir dos 14 anos.

Mas a fase adulta não é tão chata assim, ela nada mais é que um novo estágio cognitivo: o estágio do amadurecimento para, depois, em outro estágio, na velhice, a sapiência.

Com as constantes transas – inconstantes - na adolescência (normais nesta fase por falta de amadurecimento), agora, na vida adulta, você terá a oportunidade de experimentar o sexo de uma forma mais completa, entender a união de dois corpos e aprender que o desejo se completa a dois. A importância do prazer e que, para que o sexo flua fisiologicamente, há a necessidade de uma combinação do controle nervoso com o hormonal.

A relação sexual torna-se ainda mais atrativa quando se descobre que o sexo libera endorfina causando euforia e um bem-estar inigualável, além da cura de doenças depressivas. O sexo é o melhor exercício físico, pois mexe com todos os músculos do corpo, em cada relação sexual, os parceiros podem perder até 500 gr dependendo do tempo e das posições experimentadas.

Os adultos têm total controle sobre o sexo - e o separa da concepção de que ele deve-se à procriação - quando bem informados e livres de preceitos para amar. Por isso a importância e a necessidade de se prevenir e cuidar da saúde sexual.

Saúde! Um brinde ao sexo

Nunca se praticou tanto sexo como nos dias de hoje, até mesmo pela acessibilidade, liberdade, e pela quantidade de informação. Porém, segundo psicólogos e psicanalistas, a satisfação imediata, sem vinculo afetivo, tem gerado um vazio existencial na humanidade.

O estresse do dia a dia, patologias como a depressão (que, segundo estudos, já podem ser desenvolvidas a partir dos 6 meses de idade, por isso, a importância da troca de carinho), impotência, declínio hormonal, desejo sexual inibido, ou hipoativo, doenças venéreas, entre outras, podem atrapalhar o desempenho sexual.

Caso haja perda do apetite ou alguma dificuldade de satisfação é necessária a ajuda de um especialista para que se diagnostique tanto o físico quanto o psíquico, visto que o sexo é a junção de ambos.

O uso da camisinha é essencial em qualquer relação sexual, mesmo que o parceiro seja “fixo”, pois pode prevenir uma gravidez não planejada, uma doença venérea (sífilis, herpes genital, gonorréia, AIDS, entre outras doenças), ou até mesmo psicológica (como a esquizóide, quando não há satisfação com apenas um parceiro). Lembre-se que o sexo é saúde, complemento de bem-estar, portanto, algo gostoso, positivo, e não que deva gerar preocupação.

Homem:

Para o homem, a excitação é visível - visto que com o fluxo de sangue concentrado no órgão genital masculino faz com que o pênis aumente de tamanho e fique rígido, pronto para a penetração -, a maior preocupação é “falhar na hora H” e não manter a ereção (vulgarmente conhecido como brochar). Doenças como a diabetes e problemas psicológicos são as mais responsáveis.

Outra grande preocupação é a ejaculação precoce – quando acontece a liberação do esperma antes mesmo que haja satisfação sexual de ambos - que pode ser tratada com auxílio de especialistas e muito treino.

Pesquisas da psicanalista Carmita Abdul, que é uma das fundadoras do instituto ProSex (do Hospital das Clínicas de São Paulo), revelam que 54,2% dos homens brasileiros entre 18 e 70 anos já sofreram de disfunção erétil - sendo que 70% destas estão ligadas à má alimentação, sedentarismo, bebidas alcoólicas, entre outros, e que 45 % dos homens estão insatisfeitos com seu desempenho sexual.
O auxílio de um urologista pode ajudar a detectar a causa desta disfunção através de exames e chegar a cura. Além de, diagnosticar outras patologias masculinas, como o câncer de próstata – cuja estimativa de novos casos em 2010 ultrapassou os 52 mil – e que atinge 1 em cada 6 brasileiros. Se diagnosticado ainda no estágio inicial (através de exames de sangue e de toque) ele tem cura.

Psicólogos podem sanar problemas criados pela psique devido ao estresse do dia a dia e que atrapalham o desempenho e apetite sexual.
Através de análises e terapia pode ser diagnosticada a cura e autoconhecimento para melhorar ainda mais o desempenho sexual.

Mulher:

Sentir-se realizada profissionalmente e sexualmente é o sonho de toda mulher. Desde a revolução feminista a mulher saiu do status (em que a sociedade a colocava) para dominar o mundo. Elas são donas de casa, mães, esposas, amantes e muitas ainda, são as “chefes de família”. Elas são únicas e múltiplas...

A concepção de que a “garotinha tornou se mulher” é muito diferente de sociedade para sociedade. Muitas culturas celebram a primeira menstruação como o “rito” de passagem, mas, como vimos, para o ECA e o Código Civil a maioridade ocorre para mulheres e homens a partir dos 18 anos.

A sexualidade da mulher sempre sofreu represália devido aos dogmas sociais, talvez por isso o alto número das pesquisas indicando que dois terços das mulheres nunca obtiveram o orgasmo (sendo que o orgasmo feminino é o ápice do prazer em uma relação). A mulher difere do homem na hora de “esquentar” para o sexo. Ela precisa de mais estímulos, por isso as preliminares são essenciais para aquecer a relação a dois.

O clitóris é a zona onde a mulher sente mais satisfação, para que ela se conheça e possa gozar plenamente dos deleites do sexo é preciso que ela se toque (masturbação) e indique ao parceiro onde e de que forma ela fica mais excitada.

Fatores como a menstruação (que envolve o estado fisiológico e emocional das mulheres), doenças sexualmente transmissíveis, o climatério ou menopausa (queda de hormônios sexuais que diminuem a libido feminina), entre outras doenças, como as sexualmente transmissíveis, podem afetar o desempenho sexual feminino.

A depressão é outro problema que atrapalha o desempenho, 17 % da população mundial sofrem deste mal, sendo que são 2 mulheres para cada homem. A frigidez, o não alcance do orgasmo e o estresse do dia a dia podem ser tratados com ajuda de especialistas como terapeutas e psicólogos.

Pode até ser que “os homens pensam por ‘canais deferentes’ e que as mulheres têm ‘sonhos múltiplos’ na cama”, mas na hora de amar, vale tudo, desde que seja seguro e prazeroso para ambos, pois o ápice do prazer proporciona a liberação total das tensões retidas e o relaxamento dos corpos, entregues em um só. Quem disse que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço?!

Fetiche:

O erotismo sempre esteve presente na vida de um casal, mesmo porque a rotina, o corre corre do dia, entre outros fatores, fazem com que o sexo perca o sentido, não há um contexto. A falta de comunicação entre os casais acaba gerando um “esfriamento do relacionamento”. Devido a isto, o incrementar a relação com desejos e, até mesmo, outros objetos, tem tornado-se rotineiro. Segundo especialistas, toda renovação, o “sair do habitual”, é bem visto, desde que seja prazeroso para ambos. È preciso resgatar a essência de Eros, que significa a força da vida, diz a psicóloga especializadas em terapia sexual Miriam Codarin. Vale experimentar.

Há no mercado inúmeros apetrechos como gels, roupas, e produtos que apimentam a relação.
A prática de fetiches sexuais, que são inúmeros, como Voyerismo, frotterismo, ménage a trois, relações bissexuais, também são sadios, desde que seja prazeroso para ambos e que não prejudique ninguém.

Capitulo 3
Terceira idade: Fase de reinventar

Idosos

A Organização das Nações Unidas (ONU) divide a população idosa em três categorias: os pré-idosos entre 55 e 64 anos; os idosos jovens entre 65 e 79 anos - ou entre 60 e 69 para quem vive na Ásia e na região do Pacífico; e os idosos de idade avançada com mais de 75 ou 80 anos. Ainda de acordo com a ONU, a maioria acima de 80 anos é, e continuará sendo, do sexo feminino.

 O Brasil conta com uma população de aproximadamente 21 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, cerca de 11,3% da população total. Em 1999, esse índice era de 9,1%. Entre 2008 e 2009, a população idosa cresceu 3,3%, enquanto que o total da população residente no país aumentou 1%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD-2009, apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro de 2010.

A população idosa brasileira cresce de forma consistente. Contudo, não se trata de um fato isolado. Estudos mostram que em vários países do mundo o número de pessoas anciãs cresce num ritmo mais acelerado do que de nascimentos, o que tem levado países a adotarem reformas sociais, principalmente, no sistema previdenciário.

Apesar dessa realidade, a desinformação sobre o envelhecimento é grande em nossa sociedade. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, 48,9% dos idosos sofrem de mais de uma doença crônica. E uma das mais graves é a depressão, 9,2% dos casos. Um alerta para a necessidade de políticas sociais que preparem a sociedade para essa fase da vida.

 O envelhecer

Para as mulheres, as principais mudanças são sentidas na menopausa (climatério). O climatério, que tem início em torno dos 45 anos, é a fase da vida que marca a transição do período reprodutivo para o não reprodutivo. Enquanto que a menopausa é a última menstruação da mulher.
Com a menopausa, ocorrem mudanças na pele, na mama, na mucosa genital, além de sintomas psicológicos como irritabilidade ou alterações de humor. A diminuição na produção de hormônios femininos causa também mudanças na resposta sexual. Contudo, esses efeitos variam de mulher para mulher e podem ser tratados com o acompanhamento médico.

O tempo também não passa despercebido para o homem. A produção de esperma vai diminuindo a partir dos 40 anos, porem, não cessa totalmente. Esta continua ativa até mais de 80 ou 90 anos. A produção de testosterona também reduz gradualmente dos 55 ou 60 anos. Com isso: a ereção pode se tornar mais flácida; a ejaculação é menos intensa e demora mais para acontecer; o líquido pré-ejaculatório reduz; e o período refratário depois da primeira ereção aumenta.

No entanto, os grandes vilões da terceira idade são os preconceitos e a falta de informação, que levam muitos idosos a desenvolverem crises psicológicas, como depressão, e desistirem do sexo.

 O idoso sofre pelo preconceito da família e da sociedade, que define culturalmente que ao envelhecer as pessoas perdem a função sexual. Contudo, o exercício da sexualidade é movido a fatores emocionais. Não é uma questão de função e sim de afetividade.

 A sexualidade na terceira idade

Quando se é adolescente, diante de tantas descobertas e com os hormônios em “ebulição”, é difícil imaginar que vamos envelhecer. Mais difícil ainda é aceitar que a sexualidade não acaba na velhice e que, muito menos, perdemos a capacidade de amar. O corpo se modifica com o passar do tempo. O desejo se transforma, mas não termina.

O processo de envelhecer causa modificações no Ciclo da Resposta Sexual Humana, que consiste em três fases: desejo, excitação e orgasmo. Essas modificações são diferentes para homens e mulheres.

No idoso a ereção demora mais para ocorrer e precisa de mais estímulos; uma vez obtida, mantém-se por mais tempo sem ejaculação; contudo, em seguida, é mais difícil ter outra ereção de forma rápida.

Com a idosa a fase da excitação é mais rápida, pois ela já possui um conhecimento corporal melhor. O orgasmo acontece de forma mais fácil e plena, com isso é possível ter mais de um orgasmo numa mesma relação.


 Cuidado com a saúde

 Homens e mulheres saudáveis podem ter uma vida sexual ativa e plena na terceira idade. Para tanto, é preciso cuidar da saúde.

Remédios para algumas doenças como disfunção cardíaca, diabetes, artrite podem afetar a sexualidade ou a forma de fazer amor. Nesse caso, o correto é ir ao médico e falar sobre a situação.
A sexualidade é um aprendizado de vida. Portanto, a atividade sexual regular ajuda a manter a habilidade no sexo com o envelhecimento.

 A face do preconceito

O aumento de casos de AIDS entre idosos revela uma cruel faceta do preconceito. A contaminação desses pacientes ocorre principalmente por relações sexuais, na maioria das vezes entre heterossexuais. 

O preconceito impede a família e, até mesmo, os próprios profissionais da saúde de reconhecerem que o idoso é sexualmente ativo. A falta de informação leva os idosos a acreditarem que são naturalmente imunes as doenças sexualmente transmissíveis. Com isso, continuam a se relacionar sem proteção.

Com a AIDS, os idosos estão sujeitos as mesmas doenças oportunistas que acometem os mais jovens. Contudo, o grande problema é o diagnóstico. Isso porque, em muitos casos, a doença é confundida com outras.

O tratamento desses pacientes também é semelhante aos de de outras faixas etárias, exceto o tratamento feito em crianças, em que algumas drogas não são utilizadas. Contudo, no caso do idoso, o tratamento precisa respeitar as limitações físicas da idade, além de oferecer suporte psicológico e social.

Amor ágape

A sexualidade já passou pelas fases: sensual (adolescência), erótica (início da vida adulta), philia (que é o amor entre casal, o “dividir”) e agora, na 3ª idade, manifesta-se como o amor ágape, que vem do grego e que muitos atribuem ao amor divino, aqui, interpretado como o amor doação.

Nesta fase já houve diversos experimentos e a sapiência mantém o fluxo da vida. O sexo não morre, ele perdura enquanto houver desejo, por isto, diagnosticar a falta da prática e taxar uma idade para o fim da vida sexual amorosa também é um dogma social que deve ser vencido.


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Créditos

Coordenação
Duílio Fabbri Junior

Redação
Célia Victoria
Nádia Maria Pêrego
William Brasil

  
Fontes Acadêmicas
André Giacomini
Arnaldo Risman
Eloisa Delgado Dadalt
José Martins Filho
Miriam Codarim

Colaboração
Priscila Salomé Santos Lima
Gilmar Ferreira Lima

Gravação
LABIS PUC- Campinas